quinta-feira, 13 de julho de 2017

Superpoderosos



Todo mundo, mesmo que não saiba, tem um pouquinho de super-herói. Afinal, todos temos um poder especial. Uma característica que marca — e às vezes transforma — a vida.

Essa característica pode ser uma virtude escondida ou disfarçada de defeito. Pode até ser aquilo que a gente não gosta na gente, porque parece ser ruim. Sabe como é? Acho que sim!

Quando conhecemos alguém, precisamos entender uma simples coisa: estamos em meio a um processo no qual desvendamos um "superpoder" oculto, que fica atrás da aparência e daquilo que achamos normal. 

Comecei a refletir sobre isso depois de uma conversa com meu irmão. Eu falando a ele de como, quando eu era criança, eu me incomodava com meus olhos vesgos — muito provavelmente, porque me chamavam de zaroio (sic). Hoje, olho pra essa condição — minimizada após uma cirurgia corretiva que fiz ainda criança — e acho graça dela. Agora, posso encarar alguém e correr um risco bem pequeno de ser descoberto. Também, depois de 21 anos sendo vesgo, desenvolvi a incrível capacidade de esconder o estrabismo das pessoas ao fingir, numa desinteressante conversa, que olho pra elas, quando na verdade estou em lugares altos chamados "qualquer lugar menos ali".

A gente preserva uma característica peculiar que mostra como realmente é nossa personalidade. Nas andanças pelo centro do Recife, já observei inúmeros camelôs e ambulantes com o superpoder do grito, chamando a galera pra comprar à distância. Entre eles há ainda quem, olhando pras nuvens, sabe se choverá dentro de dez minutos e se deve procurar abrigo. 

Além desses, andar pela cidade me fez perceber as pessoas que, de tanto andar de ônibus, desenvolveram o superpoder do GPS e percorrem a cidade de olhos fechados — tô chegando nesse nível, desde 2011, quando entrei no IF, aprendi a andar de bus pelo Recife.

Sem precisar andar muito, a vida nos apresenta muita gente bem simples com o superpoder da fé e da esperança em Deus, capaz de enfrentar diagnósticos terríveis e a morte próxima. Ainda tem aquelas pessoas que detêm o dom da paciência, desfazendo intrigas e brigas com uma voz mansa e suave, se mantendo sereno mesmo diante de desaforos.

Há quem, como meu irmão, tem a dádiva do drama: passional, intenso, sensível — às vezes ele parece sentir o mundo 10 vezes mais do que a média hahaha — amoroso. É do meu irmão que recebo as mais belas, sinceríssimas e corajosas declarações. Só vocês vendo, nesse caso ouvindo.

No final de tudo, o que importa mesmo é ser e sentir-se amado pelo seu superpoder. Conhecer alguém que, ao identificar uma possível fraqueza sua, a reconheça como algo estimulante, mesmo que, na visão da maioria, ela pareça atrapalhar. Alguém que nos ama e que amamos.

Se bem que o amor torna qualquer um poderoso. Já disse o Apóstolo Paulo:

Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. (1 Coríntios 13.13)

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