Foto: Filme "Mundos opostos"
Me apaixono fácil, mas tenho medo de amar. Minha crush não se apaixona
fácil, mas não tem medo de amar. Somos extremos opostos. Somos “distintos”.
Na verdade, acho que os homens são, geralmente, iguais a mim: logo nos
entregamos para um relacionamento, não medimos esforços para ficar com nossas
crushes, chegamos, inclusive, a alterar nossa rotina. Na paixão, sua
generosidade é corajosa. Facilita as saídas aos bares e/ou restaurantes,
facilita a intimidade na casa, facilita o arrebatamento. Nada incomoda, nada
atrapalha, nenhum defeito é contabilizado.
Mas quando passamos a amar, tudo fica complicado! Quando a gente sai da
fase da aventura e do desconhecimento dos meses iniciais para fazer plano juntos...
MEO DEUS!. Eu mesmo emperro, empaco. Se os homens no geral forem iguais a mim,
eles sofrem muito pra dizer o primeiro eu te amo, é como se não pensasse até
aquele momento.
Na paixão, não ficamos ligados — pelo menos, não eu — nos bugs do
sistema, nos medos de convivência. Tudo acontece quase que por intuição, sem
medidas e memórias. Agora, quando o amor chega — nam — entro em psicose, começo
a realizar juízos sobre tudo, fico meio (belo) recatado (e do lar). Pra termos
uma noção, eu deixo de fazer aquilo que mais faço, falar muito. Fico cheio de
receios e desculpas. Se todos os homens forem assim, coitados.
A crush não, ela é exatamente o contrário, e bem mais coerente — isso me
deixa ainda mais encantado por ela. Querides, ela não se apega fácil e desconfia
da paixão, é cética em relação à paixão e é contida na paixão. Ela inteligente,
não sofre como o burro aqui eu, porque sofre aos poucos, cada sofrimento
no seu tempo. Se é preciso instabilidade, ela a tem de imediato. Se precisa de crise
de consciência, ela entra nessa crise no começo. Quando descobre que gosta
realmente, é que se liberta e derruba suas defesas. É realizar projetos e
formular expectativas que se solta e se desinibe. Para ela, o amor acontece
mais natural do que a paixão. Paixão é choque, abre ferida; amor é costume,
cicatriza a ferida aberta. Se todas as mulheres forem assim, elas são M A R A V
I L H O S A S.
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