quarta-feira, 4 de maio de 2016

Crush, paixão e amor

Foto: Filme "Mundos opostos"

Me apaixono fácil, mas tenho medo de amar. Minha crush não se apaixona fácil, mas não tem medo de amar. Somos extremos opostos. Somos “distintos”.

Na verdade, acho que os homens são, geralmente, iguais a mim: logo nos entregamos para um relacionamento, não medimos esforços para ficar com nossas crushes, chegamos, inclusive, a alterar nossa rotina. Na paixão, sua generosidade é corajosa. Facilita as saídas aos bares e/ou restaurantes, facilita a intimidade na casa, facilita o arrebatamento. Nada incomoda, nada atrapalha, nenhum defeito é contabilizado.


Mas quando passamos a amar, tudo fica complicado! Quando a gente sai da fase da aventura e do desconhecimento dos meses iniciais para fazer plano juntos... MEO DEUS!. Eu mesmo emperro, empaco. Se os homens no geral forem iguais a mim, eles sofrem muito pra dizer o primeiro eu te amo, é como se não pensasse até aquele momento.

Na paixão, não ficamos ligados — pelo menos, não eu — nos bugs do sistema, nos medos de convivência. Tudo acontece quase que por intuição, sem medidas e memórias. Agora, quando o amor chega — nam — entro em psicose, começo a realizar juízos sobre tudo, fico meio (belo) recatado (e do lar). Pra termos uma noção, eu deixo de fazer aquilo que mais faço, falar muito. Fico cheio de receios e desculpas. Se todos os homens forem assim, coitados.


A crush não, ela é exatamente o contrário, e bem mais coerente — isso me deixa ainda mais encantado por ela. Querides, ela não se apega fácil e desconfia da paixão, é cética em relação à paixão e é contida na paixão. Ela inteligente, não sofre como o burro aqui eu, porque sofre aos poucos, cada sofrimento no seu tempo. Se é preciso instabilidade, ela a tem de imediato. Se precisa de crise de consciência, ela entra nessa crise no começo. Quando descobre que gosta realmente, é que se liberta e derruba suas defesas. É realizar projetos e formular expectativas que se solta e se desinibe. Para ela, o amor acontece mais natural do que a paixão. Paixão é choque, abre ferida; amor é costume, cicatriza a ferida aberta. Se todas as mulheres forem assim, elas são M A R A V I L H O S A S.

Só um daqueles textos baseados em história que ouvimos, tipo filme baseado em fatos reais... 

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