sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Primeira vez

Já tem algumas semanas que não escrevo por falta de tempo, tava morrendo de saudades de vocês. Bem, então vamos lá!

Eu acho, realmente, que (quase) todo mundo lembra quando, pela primeira vez, disse um “eu te amo” para alguém especial. Tipo, qual o momento exato. Não sei se sabe o dia, a hora, os minutos, os segundos — se bem que conheço alguém que não duvidaria se soubesse de todas essas informações.


Aquele “eu te amo” que foi ensaiado em todos os momentos alegres, mas que não saiu por vergonha. Aquele “eu te amo” que percorreu toda a garganta e chegou, inclusive, a ganhar a forma da boca, mas não saiu por medo. Eu sei que é assim!

Aí, de repente, ele vem, como se fosse um cochicho, ou seja, é inseguro, estranho, inseguro, esquisito, inseguro, desajeitado assim como um pedido de desculpa.

Claro que o primeiro “eu te amo” é um pedido de desculpa. É mais ou menos assim:
Desculpa, mas eu te amo.
Desculpa, eu sei que me ferrei.
Desculpa, eu juro que não quis, porém aconteceu.

Falar “eu te amo” pela primeira vez é uma sucessão vitoriosa de vários derrotas. Derrota da amizade, porque eu não consigo mais ser seu amigo (ah, é assim sim). Derrota da independência, não sou mais teu amigo, mas também não consigo mais viver longe de ti. E a melhor das derrotas, a derrota da mentira, não consigo mais mentir para você.

O “eu te amo” aparece de forma extremamente tímida. Aí quem ouviu diz que não ouviu e pergunta: “o quê?”, pronto temos que repetir ( e esta é a parte que o constrangimento chega). Tipo, fazer a declaração é como se fosse uma tontura leve, repetir é como se fosse embriaguez (mico). É incrível, o primeiro “eu te amo” nunca é ouvido.  Isso é agoniante, sufocante. Tão sufocante que alguns chegam a mentir: “não disse nada, só pensei alto.” Mas quem ‘não ouviu’ não acredita e diz: “vai, deixa de frescura, diz...”

“Chorou!” Dizer “eu te amo” é um caminho que não tem volta. Ele pode vir com aquela voz de menino na puberdade, meio indefinida, mas ele não tem volta. É um desabafo que se torna uma decisão e se impõe como destino. Depois não tem esse de “eu errei”, “me confundi”, nem se você tivesse o melhor advogado do mundo, ele não seria capaz de criar uma versão convincente para desfazer o “mal-entendido”. “Chorou!”

Mesmo com toda essa pompa do “eu te amo”, sua declaração é quase imperceptível diante de outro movimento que os lábios farão...  chamar quem ouviu a declaração de amor de “meu amor”. (achou que era o beijo, né?!)


Ao chamar alguém de “meu amor”, ele deixa de ser um nome, alguém, para ser o nosso próprio sentimento. Nós personificamos o amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

1) Leia antes de comentar;
2) Deixe o link do seu blog no final do comentário para que eu visite;
3) Usuários anônimos podem comentar, mas só terá seu comentário publicado, se seu nome estiver assinado ao fim;
4) Discordar não é problema, quem disse que sempre eu estou certo? Discordâncias podem nos levar a estudar mais, com a finalidade de corrigir nossos erros. Discorde com educação. Sem palavras de baixo calão;
5) Comentários spam ou com palavrões serão excluídos imediatamente;
6) Não ofenda nenhum outro leitor.

Seguidores

Blog LdeLiberdade. Tecnologia do Blogger.