Amizade verdadeira ultrapassa os limites do momento em que estamos ao lado do amigo. Ultrapassa tanto que chegamos a confundir a amizade com a irmandade (isso é muito bom).
Há quem chame de amizade aquela aproximação por identificação momentânea, tipo “tô na mesma situação que tu”, que finda na separação por divergências nas atitudes. Na verdade, estas são, apenas, afinidades circunstanciais. São colegas que compartilham uma mesma fase, um mesmo estilo, que vivem numa mesma época. Se uniram, simplesmente, por um gosto, por estarem na mesma faixa etária. Se uniram numa união provisória, que tem fim diante de nossa primeira instabilidade, de nossa primeira mudança, de nossa primeira transformação de personalidade, de nossa crise existencial.
O tempo da união é determinado: enquanto houver um interesse imediato, uma pausa no tédio. Não havendo mais isso, somem, não se veem mais, e agora precisam de um desculpa para estarem próximos, pra se falarem, pra um ouvir ao outro.
A galera da faculdade fica na lembrança da foto da turma para a formatura. Os “amigos” da academia ficam no passado da vida fit ao cansarmos dos treinos fatigantes. Os conhecidos dos cursos de idiomas ficam no Duolingo assim que a gente aprende a nova língua. Os colegas do ensino médio ficam nas boas notas alcançadas em coletividade (kkkk).
Mas nenhum desses é nosso amigo...
Amigo, amigo mesmo, é aquele que, mesmo numa vibe diferente da nossa, permanece juntinho, do nosso lado. Amigo mesmo é o que, mesmo não tendo filhos, decide brincar com nossas crianças, sem reclamar das manhas que nossos filhos possam ter e ainda diz: “não vejo a hora de ser pai/mãe”.
Amigo de verdade é aquele que não fica arrumando desculpas por não estar perto, mas que está lado a lado independente da situação (ta, eu sei que você sabe disso).
Bixo, entende, amigo é o que há pouco acabou um relacionamento, mas não nos critica quando dizemos de nossa nova paixão. Tá ligado? É aquele que não tem emprego, mas não inveja o nosso sucesso ou diz pra pararmos de perseguir o que queremos. Mermão, amigo é aquele que está numa vibe muito legal e para pra escutar (com muita paciência) os lamentos da nossa vibe.
Amigo mesmo, não é aquele com quem nosso “santo bate” só porque a gente ta na mesma fossa que ele, ou porque estamos tão felizes quanto ele. Amigo mesmo foge da normalidade e oportunismo de convivência.
Alguém diz: “amigo se conta nos dedos.” Eu discordo!! Nem contar nos dedos podemos, pois sempre ele está segurando nossa mão.
Amigo que é amigo é amigo até debaixo d’água!"
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